segunda-feira, 12 de maio de 2008

Churrasco do Carlão


Creio na Igreja de Cristo (Corpo de Cristo) como sendo uma só, sem denominações, rótulos ou coisas do gênero. Mas, infelizmente, muitos se desviaram da Verdade de Cristo e tomaram um rumo diferente do que Jesus quer que sigamos. Enfim...

Me apresentaram um texto que achei muito interessante. Pesquisei na internet a fim de encontrar o autor e chei o blog "Dos Dois Lados Do Equador". Acredito que o dono do blog citado seja o autor do texto entitulado "Churrasco do Carlão".

A sabedoria é um dom de Deus, espero que os irmãos a usem ao ler o texto. É pra ler e refletir. Ou não...

"Churrasco do Carlão"

"Carlão era um sujeito carismático. Em sua casa sempre havia um churrasco aos domingos. Muita gente, muita alegria e descontração leve.

Mas o tempo passou e o Carlão morreu. Por estes tempos o Churrasco do Carlão já era famoso e a família, junto com a recente empossada Comissão de Amigos do Carlão, resolveram instituir o Primeiro Churrasco do Carlão que seria anual e com convidados de vários locais onde ele tinha amigos. Vinha gente de todo Rio de Janeiro e de outros estados também. Tudo regado a muito pagode, cerveja e, claro, carne de primeira.

Lá pelo segundo ou terceiro ano de churrasco A Comissão dos Amigos do Carlão resolveu adotar algumas regras básicas.

De início a comissão decidiu que somente o costume definido pelo Carlão, no início dos primeiros churrascos, eram as válidas.

Assim, estava decidido de início que:

1) Somente o pagode era o ritmo. Isso o fizeram a fim de contrapor a alguns “moderninhos” quer queriam ouvir funk;
2) A cerveja poderia vir acompanhada, em alguns momentos, de uma caipirinha pois o próprio Carlão, nos primórdios de seus churrascos, havia servido algumas vezes. No entanto com moderação já que o Carlão era diabético. Por isso o açúcar não era bem-vindo, sendo considerado uma bebida não muito bem vista pelos mais tradicionalistas;
3) Enfim, decidiu-se que carne só de primeira. Alguém chegou a comprovar que algumas carnes, mesmo que não de primeira, poderiam ser tão deliciosas quanto carne de primeira se fosse previamente descansada em sumo de abacaxi. No entanto, o que valia, diziam, era a decisão da Comissão dos Amigos do Carlão, pois eles representavam a tradição do Carlão, “motivo pelo qual o churrasco existia até hoje” nas palavras deles.

A família estava satisfeita com o sucesso do churrasco e resolveu então aprimorar o Churrasco do Carlão por conta própria:

- Fizeram um bonito logotipo onde se podia ver um chifre (de boi) com algumas gotas de sangue que pingavam de uma carne (de primeira, é claro);
- Confeccionaram camisas onde se via a logo e um slogan que dizia: “Churrasco do Carlão: uma grande família”;
- Determinaram que o Churrasco do Carlão só poderia ser realizado aos domingos visto que esse era o dia onde a carne era melhor, o pagode mais solto e a cerveja mais gelada;
- Instituíram que, para reafirmarem sua amizade ao Carlão todos deveriam comparecer a, pelo menos, 87,5% dos Churrascos. Do contrário seriam descredenciados e perderiam sua condição de alegres pois era a participação naquele churrasco – e acontecia ao som de muita música, muito risos e muitos grupos de diversão diversos –, que conheceriam a verdadeira alegria.

Houvera ainda muitas outras regras. No entanto não caberiam aqui nessas poucas páginas. Por isso, sugiro aos leitores que a procurem. Não será difícil de serem encontradas.

No entanto passados poucos anos houve uma cisão entre os responsáveis, pois a Comissão dos Amigos do Carlão tivera alguns desentendimentos com a família do Carlão. Esta dizia que eles amavam o Carlão “de verdade” e não por interesse nos churrascos que ele proporcionava. Aqueles, por sua vez, afirmavam que eram a verdadeira representatividade do Carlão no Rio de Janeiro, no Brasil, e porque não, no mundo. A esta primeira cisão deu-se o nome de “Cisma-dos da Penha” (cidade onde se iniciou o Churrasco do Carlão) acontecida no ano 2000.

Com isso A Comissão formou o seu próprio churrasco do Carlão dessa vez com o nome de “Churrasco de Primeira do Carlão”. A família do defunto assumiu o nome de “Churrasco Ágape do Carlão”.

Não demorou muito e tudo ficou um pouco diferente daqueles dias onde o Carlão apenas reunia alguns amigos para comer um churras, ouvir um bom pagode e tomar uma cerveja geladíssima.

Agora, passados 8 anos, já há 38 diferentes nomes para o Churrasco do Carlão entre eles, “Churrasco gaúcho tradicional do Carlão”, “Churrasco A Peteca não cai do Carlão”, “Churrasco de Segunda de Meriti do Carlão” e muitos outros.

No entanto o próprio Carlão apenas dizia que, se alguém queria participar de um churrasco com ele, bastava que gostasse dele, Carlão, e nada mais. Dizia também que não queria saber se o vizinho dele estivesse fazendo um churrasco ao lado da casa dele porque, para ele, o que importava é que todos estivessem se divertindo.

Enfim, o pagode calou, a cerveja esquentou e a carne queimou.

Quanto ao Carlão, ninguém mais se lembra quem era."


Que Deus os abençoe!

2 comentários:

Jessé disse...

Muito interessante este texto. Muito familiar também. Os fatos descrevem com precisão britânica o que aconteceu com uma certa instituição criada há mais ou menos dois mil anos, lá na Palestina. Interessante também, é que hoje em dia quase ninguém de fato conhece a pessoa que criou essa instituição. Uma das diferenças entre Ele e o Carlão é que Ele não está morto.

Thiago Pinheiro disse...

Jessé,

muito feliz o seu comentário final. Jesus está vivo!

Esse texto eu entendo como uma simples alegoria, um exemplo de como as pessoas podem esquecer conceitos pelo simples fato de criarem regras diferentes da essência da mensagem que lhes foi passada.

No caso do texto, a vontade de que todos estivessem felizes foi esquecida. (claro, não vamos entrar no mérito de como essa felicidade era buscada)

No caso da igreja, as pessoas têm esquecido Deus e vivido de religião.

Bem... ainda bem que você entendeu como eu esse texto. Tem muitas pessoas que não entendem.

Abraço.

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